Globalização e o Abismo Digital.

Os três aspectos do abismo digital

Neste evento da UIT, também se posiciona que o abismo digital está baseado em aspectos de acesso e nos relacionados ao uso das TIC. São propostos tipos de abismo digital: o de acesso, baseado na diferença entre as pessoas que podem ter acesso às TIC e as que não podem; o de uso, baseado nas pessoas que sabem utilizá-las e as que não sabem e os da qualidade de uso, baseado nas diferenças entre os próprios usuários. 

Como se pode deduzir, o conceito de abismo digital foi modificado com o tempo. Primeiramente, referia-se basicamente aos problemas de conectividade. Posteriormente, começa-se a introduzir a preocupação pelo desenvolvimento das capacidades e habilidades necessárias para utilizar as TIC (capacitação e educação) e, ultimamente, também se faz referência ao uso dos recursos integrados à tecnologia. Assim, o conceito de abismo digital incorpora basicamente os seguintes enfoques:

a) O enfoque da infra-estrutura: Ou seja, a possibilidade/dificuldade de dispor de computadores conectados à rede mundial. Inclui também o problema de servidores e redes de de conexão de alta velocidade. Na verdade, os países do Sul continuam dependendo dos equipamentos do Norte. 

b) O enfoque da capacitação: Ou seja, a capacidade/dificuldade de usar estas tecnologias. Começou-se a contemplar que também existe uma diferença relacionada às habilidades e capacidades para utilizar adequadamente a tecnologia e não somente à possibilidade de dispor de computadores. Neste sentido, conceitos relacionados ao abismo digital, como o da alfabetização digital, começam a ser desenvolver. 

c) O enfoque do uso dos recursos: Refere-se à limitação/possibilidade que as pessoas têm para utilizar os recursos disponíveis na rede. Nos últimos tempos, foram integradas no conceito de abismo digital as possibilidades de utilizar a tecnologia não somente para ter acesso à informação, ao conhecimento, mas também a um novo modo de educação e para aproveitar as “novas oportunidades” como o desenvolvimento de negócios, o atendimento médico em linha, o teletrabalho, o usufruto de novas formas de entretenimento e lazer.

Fundamentados nestes elementos, muitos dos organismos internacionais definiram uma política de desenvolvimento voltada para a redução do abismo digital. No entanto, apesar da evolução no conceito, estas enfatizam principalmente o desenvolvimento da infra-estrutura tecnológica. Os investimentos e as políticas nacionais para a redução do abismo digital continuam orientados principalmente para o desenvolvimento da conectividade. 

Uma das melhores maneiras de determinar a compreensão de um conceito é a forma na qual ele é avaliado. Assim, as maneiras mais importantes de medir o abismo digital (e-readiness, UIT) estão relacionadas ao grau de massificação do uso das TIC entre países, regiões, grupos ou pessoas e realizadas por variáveis como a disponibilidade de computadores, a densidade telefônica e a velocidade de acesso por pessoa.

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